Representantes do movimento negro se reúnem contra o racismo em Brasília
Congresso do Movimento Negro Unificado debate o racismo e os altos índices de assassinato de jovens pretos e pardos no Centro de Convenções
Cerca de 200 ativistas de 12 estados estão em Brasília nesta semana para o Congresso do Movimento Negro Unificado (MNU). O evento discute, especialmente, a violência que atinge a população negra no Brasil. De acordo com o Atlas da Violência divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) neste ano, 71% das pessoas assassinadas têm a pele preta ou parda. A abertura ocorre às 19h30 desta sexta-feira (27/10), e a entrada é livre.
“Queremos ter um grande encontro nacional de jovens negros para discutir a violência que vem matando a juventude”, disse o coordenador-geral do MNU, Ivonei Pires. No ano passado, o Correio Braziliense publicou uma série de reportagens sobre a mortalidade de negros no Distrito Federal. Um dado da Companhia de Planejamento (Codeplan) mostrou que a maior parte das mortes de negros e jovens nas cidades do DF aconteceu por arma de fogo. Outro dado da pasta revelou que jovens de 21 anos pretos e pardos tinham 147% mais chances de morrerem assassinados.
Além desse tema, outros debates abordarão as causas LGBT, feminista, religiosa e sindicalista, em plenárias fechadas aos delegados inscritos. Uma nova coordenação-geral do movimento será eleita no encerramento do evento, marcado para a manhã do domingo (29/10).
Desemprego
O congresso debate, também, o abismo dos números de desemprego entre as populações branca e negra no Brasil. Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua revelaram que, no último trimestre de 2016, a taxa de pessoas sem ocupação que se declararam de cor preta atingiu 14,4%. Entre brancos, o índice ficou em 9%.