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Mãe de jovem asfixiado entra com representação por lesão corporal

A mãe de Pedro Henrique Gonzaga, Dinalva de Oliveira, compareceu hoje (20) à Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca. Ela foi formalizar uma representação de lesão corporal contra o segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio, acusado da morte de Pedro, por imobilização seguida de asfixia, numa filial do supermercado Extra.

Segundo o advogado da família, Marcello Ramalho, ela disse no depoimento que foi empurrada pelo segurança quando tentou separar a briga e ficou com o braço machucado. Ontem (19), ela fez exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML).

Protesto contra o assassinato de Pedro Gonzaga, realizado na região do supermercado Extra, localizado na Avenida das Américas no Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (17). Pedro morreu após ser sufocado por um segurança do supermercado Extra. Os manifestantes carregavam cartazes “Vidas negras importam” e “A carne mais barata do mercado é a carne negra”. Personalidades como cantora Tereza Cristina e Jandira Fegali participam do ato. (Foto: Saulo Ângelo/AE)

“No momento em que ela tenta tirar o segurança de cima do filho dela, o segurança Davi faz um movimento brusco com o braço e ela rola no chão, lesionando o cotovelo esquerdo”, disse Ramalho.

Pela manhã, dois funcionários do supermercado prestaram depoimento na DH.

Davi Ricardo, e outros três seguranças, são esperados ainda hoje para prestarem depoimento na DH. Os dois seguranças trabalhavam no momento em que Davi Ricardo imobilizou e asfixiou o jovem Pedro Henrique, que morreu em decorrência da ação violenta.

Ambos são acusados por omissão de socorro, mas se o caso mudar da acusação de homicídio culposo para doloso, quando há a intenção de matar, eles também podem receber essa acusação.

A omissão de socorro é porque a ação de asfixia prosseguiu mesmo após Davi Ricardo ser alertado, reiteradamente, de que o jovem já estava desacordado e em processo de cianose. Além disso, eram os responsáveis no momento por resguardar as vidas no local e nada fizeram para impedir uma morte.

Eles chegaram pouco antes das 10h30, acompanhados de dois advogados. O nome deles não foi divulgado. O delegado do caso, Antônio Ricardo Lima Nunes, explicou, ontem, que os dois já irão responder por omissão de socorro.

Jornal do Brasil ( 20.2.19)